A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 870 crianças e adolescentes morram diariamente, no mundo, em consequência de afogamentos, quedas, queimaduras e intoxicações dentro ou perto de casa. Essas fatalidades se devem a eventos domésticos que podem ser evitados facilmente, desde que haja atenção por parte de adultos e das próprias crianças. Pensando em alertar a população para a necessidade de prevenção de acidentes domésticos, a Associação Médica Brasileira (AMB) criou a campanha “Casa Mais Segura”.

A iniciativa é capitaneada pelo portal de mesmo nome e por projetos educacionais. O site traz dicas de como evitar que objetos presentes em todas as residências, como tomadas, medicamentos, talheres e utensílios domésticos se transformem em “armas”. Para facilitar o entendimento, foi desenvolvida uma página com uma animação de um lar comum e seus objetos. Ao clicar nos itens, o usuário recebe informações sobre cuidados a serem tomados, como não ligar eletrodomésticos na tomada (há risco de curto) e armazenar produtos de limpeza e pesticidas em prateleiras altas para evitar consumo acidental por crianças, entre outras.

Além do site, o projeto terá um tour por 25 cidades da região sudeste a partir do fim de fevereiro. Os municípios serão visitados por um caminhão, que carregará contâneires cujo interior simulará ambientes domésticos típicos de classe média. Estacionado em cada localidade, com um mínimo de dois dias em instituições de ensino, o veículo mostrará na prática como há perigos escondidos nas casas brasileiras e as formas de evitá-los. O projeto terá 175 dias de ação e são esperadas 50 mil visitas guiadas e gratuitas. O roteiro será divulgado em breve.

História

A ideia de desenvolver o site foi do gastro Rogério Toledo Júnior, coordenador da

Comissão de Prevenção de Acidentes Domésticos da AMB. Em 2009, sua mulher sofreu um acidente no banheiro de casa. O box estilhaçou-se e cortou a esposa de Toledo, que precisou ser operada. A partir daí, o médico iniciou uma mobilização com colegas de várias especialidades. “Já tivemos iniciativas de pediatria, da ortopedia e outras áreas, mas nada em conjunto como esta”, afirma Toledo. O processo culminou na criação da comissão da AMB e em discussões que fomentaram a campanha Casa Mais Segura.

Para preparar as ações e entender melhor o problema, a AMB convidou representantes do corpo de bombeiros de São Paulo e de organizações de defesa do consumidor. A iniciativa cresceu e hoje conta com o patrocínio de empresas privadas e do governo de São Paulo, que imprimiu 500 mil cartilhas, destinadas a crianças e adultos. O material será distribuído em escolas e estações do Poupatempo, que possui quiosques espalhados pela cidade.

Com a campanha, a AMB pretende diminuir o número de atendimentos relacionados a esse tipo de evento. Dados do Ministério da Saúde mostram que 32% das ocorrências hospitalares são causadas por acidentes domésticos. “Tudo o que é previsível pode e deve ser evitado”, afirma Toledo. “No fim, todos ganham”

Dicas de uma casa segura:

- Manter locais de circulação sempre bem iluminados

- Fixar tapetes no chão ou retirá-los para evitar escorregões

- Evitar mesas de centro, principalmente as de bordas poontiagudas

- Não ligar mais de um equipameno na mesma tomada

- Usar gavetas com travas para guardar facas. Guarde-as com o corte virado para baixo a fim de evitar acidentes

- Não mantenha móveis embaixo de janelas

Confira mais conselhos na cartilha para adultos:

http://www.casamaissegura.com.br/cartilhas/adulto.php

e para crianças:

http://www.casamaissegura.com.br/cartilhas/infantil.php