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Voto consciente, eleições limpas: como a tecnologia pode ajudar

O direito ao voto é uma importante conquista da população. Prova da democracia instaurada no país, é também um dever do cidadão. Até a década de 30, menores de 21 anos, mulheres, analfabetos, mendigos, indígenas e integrantes do clero não podiam votar. Hoje, o Brasil conta com cerca de 140 milhões de eleitores que, nos dias 7 e 28 de outubro vão às urnas para escolher os representantes para suas cidades e estados.

E esse ano, a população brasileira tem uma novidade para comemorar: a lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010. O projeto de lei, liderado pelo próprio povo, põe em prática a luta contra a corrupção no país. Com ela, os políticos cassados ou com histórico eleitoral comprometido não podem se candidatar. No entanto, cabe ao cidadão brasileiro fiscalizar o cumprimento da lei e fazer valer seu voto e sua voz.

Para ajudar a pôr em prática essa fiscalização, diversas organizações foram criadas. A ONG Transparência Brasil publica balanços periódicos sobre a situação política brasileira. O monitoramento é realizado por meio de ferramentas de Internet, que estão disponíveis em páginas como Deu no Jornal (atualizado diariamente, com noticiário publicado em 63 jornais e revistas de todo o país, sobre sobre corrupção e controle).

Como você pode combater a corrupção?

A tecnologia é com certeza uma forte aliada no combate à corrupção. Seja para ler o blog de um candidato e conhecer um pouco mais suas propostas políticas, seja para acompanhar campanhas ou mesmo fiscalizar ativamente. O Movimento de Combate à corrupção eleitoral, responsável por defender o projeto Ficha Limpa, disponibiliza artigos e informa como denunciar casos de corrupção. O mesmo acontece na página da Articulação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade. Diversos órgãos governamentais, como a Controladoria Geral da União, possuem também seus sites, que trazem informações como balanços de gastos e deveres dos políticos. As redes sociais também podem ser aliadas no combate à corrupção. O twitter @fichalimpa é outro exemplo de como se informar e denunciar.

As eleições já estão se aproximando e ainda há tempo para se informar e exercer o importante dever de cidadão em prol dos seus direitos, em defesa de melhorias sociais, políticas e econômicas para o seu país. Agora que você já sabe como começar, que tal visitar as páginas recomendadas e refletir sobre a sua escolha nas urnas esse ano?

Um pouco da história do voto no Brasil

Com a independência do Brasil de Portugal, foi elaborada a primeira legislação eleitoral brasileira, por ordem de Dom Pedro I, em 1824. Não existia título de eleitor e as pessoas eram identificadas pelos integrantes da Mesa Apuradora e por testemunhas. O título de eleitor só foi instituído em 1881, por meio da chamada Lei Saraiva.

O voto direto para presidente e vice-presidente apareceu pela primeira vez na Constituição Republicana de 1891. Mas a história da democracia no Brasil seria marcada por outros episódios de muita polêmica. O golpe militar de 1964 impediu a manifestação mais legítima de cidadania, ao proibir o voto direto para presidente da República e representantes de outros cargos majoritários, como governador, prefeito e senador. Apenas deputados federais, estaduais e vereadores eram escolhidos pelas urnas.

Em 1984, a campanha Diretas Já levou milhares de pessoas às ruas para exigir a volta das eleições diretas para presidente. A década de 90 trouxe uma grande novidade na história do voto no Brasil: as urnas eletrônicas. Atualmente, apenas no Brasil se continua a usar urnas eletrônicas de 1ª geração sem voto impresso (VVPAT).