Dois projetos, uma causa: abrir horizontes através da cultura
Pesquisando por iniciativas transformadoras de colaboradores da empresa, conversamos com a Flávia Moia, do DSC Matriz e com o Maikon Oliveira, da Bradesco Promotora. Cada um deles participa de uma ação voluntária em sua cidade, fazendo atividades diferentes, com pessoas diferentes. O que eles têm em comum? Muita garra, força de vontade e a alegria de ver as pessoas se transformando. Conheça o Cineferia e o Telhado da Cultura e inspire-se!
Cineferia
O projeto, criado por jovens da comunidade, trata-se de uma exibição de filmes que acontece mensalmente no campinho de futebol da comunidade para levar cultura e entretenimento aos moradores da região. O Maikon conta mais detalhes sobre essa interessante iniciativa:
Portal Voluntários Bradesco: Como começou o envolvimento com esse projeto?
Maikon: O nosso envolvimento foi inspirado pela vivência em nossa comunidade, que possui diversos tipos de carências, e em outros projetos da cidade que realizam propostas semelhantes (por exemplo, o Cine Campinho, em Guainases).
Por que vocês optaram por se envolver com o cinema?
Maikon: Optamos pelo Cinema por considerarmos a linguagem acessível e por compreendermos que boa parte da Comunidade não tem condições de freqüentar as salas dos shoppings da região.
Como o grupo acredita que a cultura pode mudar a vida das pessoas?
Maikon: As expressões culturais de uma Comunidade são uma maneira de quebrar a invisibilidade das pessoas que ali vivem. Um projeto cultural pode ajudar o sujeito, portanto, a se rever como cidadão, melhorar sua auto-estima e a repensar as necessidades e qualidades que sua região possui.
O que vocês diriam às pessoas que quiserem criar um projeto semelhante em outras comunidades?
Maikon: A experiência que tivemos com o projeto Cineferia, mostrou alguns pontos muito importantes a serem levados em consideração: olhar e respeitar as necessidades que a Comunidade expressa; formar um grupo que se comprometa com a proposta; envolver a comunidade na produção da atividade; e ter paciência e perseverança pois os resultados nem sempre são a curto prazo.
Telhado da Cultura
Tudo começou com a ideia de construir um espaço cultural para oferecer aulas de música, dança, artes marciais, teatro e outras formas de expressão cultural às crianças carentes da região. O resultado disso tudo, quem nos conta é a Flávia:
Portal Voluntários Bradesco: Como começou o envolvimento com esse projeto?
Flávia: Em 2008, a convite da Fundação Bradesco Jd. Conceição, o DSC-Departamento de Serviços Centralizados participou do DNAV-Dia Nacional da Ação Voluntária. Nessa oportunidade, pudemos atender ao Centro Social Nossa Senhora das Graças e conhecer as necessidades da comunidade local. Naquele ano um desafio foi lançado: ajudar a instituição a construir um espaço onde poderiam ser ministradas aulas de música, dança, artes marciais, entre outras modalidade artísticas, com o intuito de afastar crianças e jovens da criminalidade e das drogas. Foi assim que em março de 2009 surgiu o Telhado da Cultura: um Espaço Cultural construído a partir de um ano de muito trabalho e grandes desafios. Para obter verba para a construção, além das doações espontâneas dos colaboradores, foram realizados 2 shows no Teatro Municipal de Osasco com apresentações dos próprios colaboradores, 2 bingos e a criação de um grupo de teatro, cujas apresentações tiveram a verba da bilheteria revertida.
Por que vocês optaram por se envolver com o cinema e a música?
Flávia: A escolha pela música se deu devido à procura e ao interesse dos próprios frequentadores do espaço. Anteriormente à criação desse Espaço Cultural, eram ministradas aulas de kung-fu e capoeira, mas que foram descontinuadas por falta de um local adequado. Assim que o Telhado da Cultura foi entregue, aulas como dança, oficina corporal, ginástica e teatro, entre outras, foram retomadas. Todas à base de serviços voluntários. Em 2011, o DSC realizou uma mobilização, na qual vários colaboradores tornaram-se padrinhos do Projeto, realizando doações mensais para custear uma equipe de profissionais para dar aulas de violão, percussão e canto-coral. Em 2012, fizemos uma campanha para a doação de violões e outros instrumentos musicais, criando assim um acervo próprio da Instituição. Até hoje já passaram pelo Projeto aproximadamente 200 crianças.
Como o grupo acredita que a cultura pode mudar a vida das pessoas?
Flávia: Acreditamos que a cultura amplia horizontes e insere socialmente as pessoas em um contexto participativo e de oportunidades, independentemente da classe social em que estão inseridas. A música, em especial, desperta sentidos, a sociabilidade e integração, pois aproxima pessoas, desenvolve a autodisciplina, a paciência, a coordenação e, principalmente, aumenta a autoestima e a confiança.
O que vocês diriam às pessoas que quiserem criar um projeto semelhante em outras comunidades?
Flávia: “Seja a mudança que você deseja ver no mundo”, de Mahatma Gandhi, é a frase escrita na placa de inauguração do Espaço Telhado da Cultura. Ela representa exatamente o que gostaríamos de dizer às pessoas que quiserem iniciar um Projeto assim. A solução é não medir esforços, nem dificuldades. Deve-se manter o quadro de voluntários envolvido, motivado e realmente sensibilizado para as causas sociais, conscientizando-o de que por menor que seja a doação ou o trabalho voluntário, ele é essencial para a concretização de um projeto construído em equipe. Crer na capacidade dos seres humanos e no poder mobilizador do voluntariado também é uma grande fonte de inspiração para a realização de sonhos.