Lutando contra a exploração e a prostituição infanto-juvenil



Lutando contra a exploração e a prostituição infanto-juvenil

Isaura Regina Castelo Branco Martins (UFMS)

O projeto foi desenvolvido por uma equipe da UFMS formada por 11 estudantes e coordenada por uma psicóloga. Foram estabelecidos os seguintes objetivos: reduzir a ociosidade de crianças e adolescentes por meio de atividades que propusessem um crescimento saudável, contribuindo para o combate à prostituição infanto-juvenil; propor diferentes atividades para contribuir com o aumento da renda familiar; resgatar a dignidade, despertando a cidadania das famílias em condições de subsistência; diminuir o índice de maternidade precoce; e estimular a criatividade dos líderes políticos e comunitários.

Realizamos um estudo sobre a cultura local e buscamos resgatar algumas atividades tradicionais. Assim elaboramos o projeto, propondo cursos de bordado, tricô, crochê, pintura em tecido e em cerâmica. Inicialmente, as aulas foram ministradas pela equipe e acompanhadas pelas senhoras voluntárias, que assumiram as atividades quando deixamos o município. O prefeito disponibilizou todos os recursos materiais até o final do projeto. Nos surpreendemos com a adesão dos jovens; o número de participantes crescia a cada dia de atividade. Também contamos com o apoio das mães, que buscavam informações e estimulavam suas filhas à participação.

Concluímos que a prostituição infanto-juvenil é fruto do descaso social e falta de alternativas.

Além da prostituição infantil, o município apresentava outros problemas sérios, como serviço precário de limpeza e saneamento básico, baixo índice de escolaridade, falta de hospitais, pouca noção de higiene da população, elevado índice de alcoolismo, gravidez precoce e ausência de controle de natalidade. Para minimizar essa situação, muitas ações foram desenvolvidas: palestras, cursos, atividades, mutirões. Sempre encontramos resistência, mas com criatividade, empenho e determinação conseguimos atingir os objetivos propostos.

Vivenciamos profundamente as emoções. Tudo o que fizemos pareceu pouco diante do que havia para ser feito. Somos sonhadores? Apenas desejamos uma vida melhor aos nossos semelhantes, e essa oportunidade mostrou-nos que sempre há o que fazer. E se é verdade que Deus fala aos homens através de seus sonhos, foi mais uma lição.