AIV+10: a celebração do Voluntariado em todo o mundo




Em 2011 comemoramos 10 anos do Ano Internacional do Voluntariado. Para entender melhor esse movimento, conversamos com Maria Lucia Meirelles Reis, diretora do CVSP (Centro de Voluntariado de São Paulo), que é um dos membros fundadores da Rede Brasil Voluntário.


Maria Lucia conta como surgiu o AIV+10 e nos dá um panorama do voluntariado no Brasil e no Mundo.

O que é e como surgiu o AIV+10?
Maria Lucia: A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou 2001 como o Ano Internacional do Voluntário. Cada um dos 123 países que aderiram organizou seu comitê a fim de formar uma rede mundial de valorização do voluntariado, ampliar a divulgação, a promoção e o reconhecimento da importância do trabalho voluntário. Podemos dizer que este ano consolidou a atual cara do voluntariado: a atuação de indivíduos motivados a exercer sua cidadania em prol de causas comunitárias. O Ano Internacional do Voluntário – AIV 2001 trouxe uma nova visão sobre o tema, representando um salto qualitativo e quantitativo no incentivo e consolidação do voluntariado, além de receber grande atenção da mídia, solucionando, em parte, a desinformação constatada nas décadas anteriores. O ano terminou e ficou o desafio de se celebrar AIV+10. Em 2011 será comemorada a Década do Voluntariado 2001 + 10 que tem como objetivo promover o voluntariado em todo o mundo, por meio de diálogo e da participação de cidadãos, organizações, empresas e governos e mapear a trajetória dos últimos 10 anos. Será um momento importante para promover a mobilização de um maior número de pessoas, ampliar a cultura do voluntariado; resgatar a cidadania; fortalecer a rede de centros de voluntariado; promover campanhas, fóruns, seminários sobre o tema.


Quais são as ações previstas para este ano?
Maria Lucia: No Brasil a Rede Brasil Voluntário (RBV) e o programa de Voluntariado das Nações Unidas (VNU) se uniram e programaram as seguintes ações para essas comemorações: mobilização de um número maior de pessoas para o voluntariado e ampliação da cultura e do trabalho voluntário por meio de uma campanha publicitária nacional com o tema “O Planeta é Voluntário”; incentivo a realização de fóruns regionais de voluntariado nas diversas áreas e realização de uma Conferência Internacional de Voluntariado, web site da Rede Brasil Voluntário para concentrar a descrição das atividades, fortalecerem a rede de centros e o movimento do voluntariado em todo o país e ainda uma Pesquisa Nacional sobre Voluntariado.

Em 2001 tivemos o Ano Internacional do Voluntariado (AIV). O que mudou nesses 10 anos em relação à prática do voluntariado no Brasil?
Maria Lucia: Ações voluntárias sempre aconteceram no Brasil. No decorrer dos séculos, nosso voluntariado passou por vários momentos até se constituir no que é hoje: uma atitude cívica de consciência social e solidariedade. Mas o grande sucesso que foi a participação do Brasil no AIV2001 representou um incremento muito grande para esta década


E no mundo?
Maria Lucia: O movimento é mundial. È um trabalho em rede, nunca estivemos tão conectados e tão unidos. Por isso a nossa campanha fala de um planeta, que oferece tudo, sem pedir nada em troca: Um planeta que é voluntário. E a campanha vem com um convite para que todos também sejam voluntários!

Diversas empresas, entre elas o Bradesco, estão patrocinando este movimento. Por que você acha que este tema tem sido tão importante para elas?
Maria Lucia: O Voluntariado Empresarial hoje é uma prática valorizada e reconhecida em muitas empresas de todo o mundo. Além de oferecer uma oportunidade de participação social aos funcionários, o voluntariado aproxima a empresa da comunidade. Hoje essas práticas das empresas passaram a ser sistematizadas e os resultados e impacto são monitorados e avaliados. As atividades vão além de ações assistencialistas e pontuais, para atividades contínuas e transformadoras.


De modo geral, como você vê o envolvimento das empresas na prática do voluntariado?
Maria Lucia: Ainda temos grandes desafios: envolver todos da empresas, sensibilizar também a alta administração, fazer um diagnóstico de necessidades e um levantamento de oportunidades e ainda encontrar organizações sociais que saibam gerenciar com qualidade esses voluntários. Grupos de estudos e conselhos, nacionais e internacionais, são hoje uma realidade que aproxima empresas para troca de experiências e informações sobre o tema.

Quais são as expectativas sobre o voluntariado nos próximos 10 anos?
Maria Lucia: Celebrar o AIV+10 é também lançar um desafio para os próximos anos. Na verdade é consolidar um voluntariado ainda mais consciente, responsável e que abre oportunidades para todos participarem ativamente das transformações que querem para o planeta, transformando-o num lugar com mais qualidade de vida, menos injustiças e mais solidário.