Desejos que valem vidas




O maior desejo de Victor José era
ganhar um Nitendo Wii.

Já se imaginou realizando o maior desejo de uma criança? Pois é isso que a ONG Make a Wish faz. O maior objetivo deles é realizar desejos de crianças e adolescentes que tenham alguma doença que ponham sua vida em risco, como é o caso do Victor José (foto), que sonhava em ganhar um videogame.

Aproveitando que outubro é o mês das crianças, conversamos com a Carol Inoue, uma das voluntárias que já contribuiu para realizar alguns desses desejos. Carol conta como foi especial para ela participar do projeto e sobre a sensação de ver o sorriso de uma criança frente ao seu maior desejo, acreditando que tudo é possível.


  1. Quando começou a ser voluntária para a ONG e qual foi a motivação?

Carol: Eu conheci a Make a Wish (MaW) em uma reunião trimestral da área na empresa onde eu trabalhava. A motivação? Acho que foi porque a oportunidade de ajudar uma criança/adolescente simplesmente estava batendo na porta. E não era a oportunidade de ajudar simplesmente doando dinheiro ou algo material, era realizando um sonho! Claro que a doação da parte material também tem sua importância (inclusive alguns desejos são de videogame, computador, etc), mas a proposta da MaW é maior do que isso. A realização do sonho não é só a entrega de um presente, é um dia para realmente ser curtido, preparado com todo o carinho. A flexibilidade do tipo de voluntariado da MaW é importante, para quem quer ser voluntário, mas tem o horário mais complicado e não pode se comprometer a estar em um lugar com regularidade (por exemplo, dar aulas), pois permite conciliar a dedicação necessária ao desejo com seus outros compromissos.


Graças à ajuda de Carol,
M. conheceu o ex-jogador
Ronaldo.

  1. O que mais você admira nesse trabalho? E quais são os maiores desafios?

Carol: O fato de que as crianças e os desejos são tão diversos e únicos que podem proporcionar todos os tipos de aprendizado e desafio que você imaginar! Algumas querem ter algum brinquedo, outros querem conhecer um ídolo, ser bombeiro por um dia, ir até a praia. E, para realizar o desejo, o voluntário se envolve, entende mais sobre a doença, a condição da família, o jeitinho da criança. No meu caso, o desafio foi insistir para a realização de um desejo que levou mais de um ano. Em determinado momento o grupo se perguntou se deveria repensar o desejo ou se poderia esperar tanto tempo…mas sonho é sonho, não é?

Mas já vi grupos enfrentando todo tipo de dificuldade: desde arrecadar o dinheiro necessário ou achar um fornecedor que fabricasse um aparelho adaptado até compreender e conviver com a doença da criança, como, por exemplo, conseguir se comunicar e entender o desejo de um menino com paralisia cerebral.

  1. Tem algum desejo (experiência) que te marcou?

Carol: O do M., que queria conhecer o Ronaldo no CT do Corinthians. Nós demoramos mais de um ano para conseguir realizá-lo por diversos motivos. Mas, enfim, conseguimos. Nós buscamos o M., seus pais e um primo e passamos um dia muito divertido! Comemos hamburguer em um lugar legal, passamos a tarde no Museu do Futebol no Pacaembu, demos um uniforme para ele e, finalmente, o levamos para conhecer o Fenômeno. Esses momentos ficam na memória porque ali a criança consegue esquecer o sofrimento e ter um momento de pura alegria. É emocionante ver também a alegria dos pais

  • O que sente ao ver um desejo realizado?
  • Carol: Eu diria que é um mix de felicidade, alívio e orgulho. Felicidade porque você proporcionou o sorriso a uma criança e sorrisos são simplesmente contagiantes" /> Alívio, pois, por se tratar de uma criança com doença grave, tempo é um elemento importante. E orgulho porque, em meio a todos seus compromissos e responsabilidades no trabalho, nos estudos, na família, etc, você foi capaz de dedicar parte do seu tempo para proporcionar bons momentos para outra pessoa.

    Para saber mais sobre a Make a Wish

    Os voluntários da Make a Wish podem trabalhar em três frentes: realização dos desejos, captação e administração. A Carol trabalhou na primeira, mas como explica, o voluntário age de forma independente e, por vezes, acaba tendo que captar recursos por conta própria também, apesar de todo o apoio que a ONG oferece.

    As fases para realização dos desejos também são três. O primeiro passo é a indicação: a criança pode ser indicada para o programa através dos pais ou responsáveis legais, equipe médica ou da própria criança. Depois, vem a elegibilidade, já que podem participar crianças e adolescentes de 3 a 18 anos incompletos que possuam alguma doença grave que coloque a vida deles em risco. Só então, os voluntários atuam para a descoberta do desejo. E, na última fase, também chamada Entrega da Magia e da Alegria, o desejo é realizado num dia muito especial para todos.

    Como conta Leda Tannu, responsável pela Make a Wish Brasil, hoje já são mais de 300 pessoas capacitadas a realizar sonhos, 66 voluntários externos e aproximadamente 140 voluntários corporativos. E você? Se interessou pelo projeto? Você pode saber mais no site da MaW. Ou ainda, acessar a página do facebook e twitter.