Comitê de Avaliação da Maratona Social

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Luiz Cruz Villares é Diretor Administrativo-Financeiro da Fundação Amazonas Sustentável; Rodrigo Zavala é de Comunicação e Conteúdo do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas; Andrea Goldschmith da consultoria Apoena Sustentável e Silvia Maria Louzã Naccache do Centro de Voluntariado de São Paulo.

Os quatro fizeram parte do Comitê de Avaliação da 2ª Maratona Social Voluntários Bradesco e contam como foi essa experiência e que lição tiraram dos trabalhos que viram.

Portal Voluntários Bradesco – Como foi fazer parte do Comitê de avaliação da Maratona?


Luiz Cruz Villares
da Fundação Amazonas Sustentável

Luiz Cruz Villares - Gostei muito da experiência de avaliar os programas de voluntários do Bradesco. O trabalho foi gratificante pela oportunidade de conhecer iniciativas muito interessantes, bem como conhecer colegas de outras instituições dentro do Comitê.

Silvia Naccache - Participar do Comitê foi uma experiência muito positiva. Uma oportunidade de conhecer projetos sociais, de ver equipes motivadas e de ver resultado de ações transformadoras. A Maratona promove, incentiva e fortalece o voluntariado e só temos que parabenizar as equipes particpantes e o Banco Bradesco pela iniciativa e pelo projeto que já é um sucesso!

Rodrigo Zavala - Para dizer a verdade, foi um desafio. Não apenas pela qualidade dos trabalhos e ações realizadas nas organizações sociais, mas também pelo reconhecimento do esforço de cada equipe em administrar diversos obstáculos para a realização de seus objetivos. O exaustivo trabalho de verificação de cada ação é recompensado pela certeza de que ali ocorreu uma transformação. Afinal, o trabalho voluntário na comunidade não é só uma ação, mas um valor: você está melhorando a vida das pessoas.

Andrea Goldschmith - Fiquei muito honrada com o convite para fazer parte do Comitê ao lado de outros profissionais com importante atuação na área.



Portal Voluntários Bradesco – O que achou do trabalho das equipes?

Luiz Cruz Villares – Fiquei positivamente surpreso com a qualidade e quantidade de ações dos grupos de voluntários. O nível dos trabalhos e envolvimento das equipes foi muito alto! Foi marcante a atuação de alguns grupos que realizaram verdadeiros empreendimentos durante o período dos trabalhos. Chamou a atenção o nível de atuação constante de alguns grupos, com resultados muitíssimo além do perfil solicitado. Foi possível perceber que alguns grupos trabalharam sem parar sobre seus projetos e beneficiários, em um ritmo e qualidade de execução que representaram total dedicação de suas vidas ao voluntariado, além de seus trabalhos diários no Bradesco. Em outras palavras, quero dizer que me chamou muito a atenção para o envolvimento de vários grupos aos beneficiários eleitos; em tal nível, que se eles não trabalhassem diariamente no Bradesco e só dedicassem aos trabalhos voluntários, ainda assim, seriam pessoas altamente ocupadas em sua causa final, portanto dignas da mais alta admiração.


Silvia Maria
do Centro de Voluntariado de São Paulo

Silvia Naccache - As equipes se empenharam muito, houve uma preocupação de todas em ações mobilizadoras e transformadoras. Nas fotos, nos vídeos e no resultado sempre esteve presente muito entusiasmo. As que mais se destacaram foram premiadas não apenas pela riqueza, mas também pela quantidade e qualidade das ações realizadas. Posso contar de uma experiência pessoal, uma das ações que o Centro de Voluntariado de São Paulo realiza para manter seu cadastro de organizações sociais ativo e atualizado são visitas. Em uma de minhas visitas a uma creche na Vila Capriotti em Carapicuiba presenciei voluntários em ação. Um grupo muito empenhado se dedicava a construção de uma horta suspensa. Um grande desafio para bancários, lidando com pregos, martelos, terra, sementes, etc. Algumas semanas depois recebi com muita alegria as fotos da horta prontinha e das crianças colhendo alface e cenoura. Eu vi como todo o trabalho desenvolvido em torno da horta está realmente fazendo a diferença para aquelas crianças, para a equipe técnica da creche e com certeza para a comunidade.

Rodrigo Zavala -É evidente que existem diferenças nos trabalhos dos grupos. Mas, nesse contexto, é preciso ver que cada comunidade e organização têm desafios diferentes. O importante aqui, e que deve ser o norte, é a certeza de que os voluntários trabalharam com as demandas de cada entidade beneficiada. Se o problema era gestão, um grupo programou um sistema para ajudar a organização nesse trabalho. Se a questão era ambiental, grupos construíram hortas comunitárias, pomares, jardins e todo um programa de reciclagem. Da mesma forma funcionaram as ações de cultura com a comunidade, com festas e encontros. O essencial foi reconhecer o que cada entidade precisava.


Andrea Goldschmith da
Apoena Sustentável

Andrea Goldschmith - É absolutamente impressionante o volume de ações que foram realizadas ao longo do ano pelas equipes. Da mesma maneira, são impressionantes os resultados alcançados pelas equipes, que realmente mostraram grande competência na identificação das necessidades das organizações selecionadas e um empenho incrível na solução dos problemas identificados. Eu nunca havia presenciado anteriormente um grupo de voluntários tão envolvido e com ações tão transformadoras e impactantes.

Portal Voluntários Bradesco - De que forma um projeto como a Maratona pode influenciar quem participa?

Luiz Cruz Villares - Apesar dos trabalhos terem sido orientados sob regras de competição, eu vejo que a dedicação dos voluntários foi intensa, muito além das obrigações e espírito competitivo. Por isso eu penso que a Maratona foi importante para estimular e organizar o voluntariado dos funcionários do Bradesco, mas a paixão e envolvimento dos participantes em muito superou os princípios da competição. Em conclusão, a competição ajudou a aumentar envolvimento dos voluntários, principalmente por ter criado regras, que vejo serem salutares para o processo de consolidação do voluntariado nas organizações.

Silvia Naccache – Voluntariado traz benefícios para todos e quem faz trabalho voluntário tem a grande oportunidade de exercitar a cidadania e a solidariedade. Conviver com uma realidade diferente e, com isso, ter uma nova visão do mundo. E claro a alegria de participar ativamente da construção de uma sociedade mais justa, mais inclusiva, com mais qualidade de vida e melhor. Eu convido a todos a fazer a diferença: seja voluntário!


Rodrigo Zavala do GIFE

Rodrigo Zavala -Numa época em que prevalece a cultura da facilidade, em que todo mundo quer o seu e não se aceitam sacrifícios, o trabalho voluntário é essencial para quebrar essas regras individualistas. Quando percebemos os resultados de um projeto bem dirigido, que pode realmente transformar a vida de outras pessoas, reconhecemos em nós mesmo o valor para fazer a diferença. O que projetos como a Maratona oferecem é a oportunidade de perceber que ao ajudar outras pessoas a construir seus sonhos, estamos abrindo o caminho para os nossos próprios sonhos.

Andrea Goldschmith – Os voluntários certamente aprendem muito. Os desafios que se colocam são muito grandes e as pessoas têm que usar muita criatividade para articular soluções efetivas. Além disso, os voluntários têm a oportunidade de conviver mais intensamente com seus colegas de trabalho e com os membros das organizações escolhidas, o que aumenta as habilidades de relacionamento interpessoal, muito importantes no mundo corporativo. O que é interessante observar neste tipo de ação é que mesmo que a pessoa tenha se envolvido inicialmente acreditando que iria ajudar as pessoas mais necessitadas, no final, é quase certo que perceba o tanto que aprendeu e cresceu como ser humano. O que torna este tipo de projeto sensacional é a percepção de que o voluntário ganha tanto quanto (se não mais que) as pessoas beneficiadas pela ação.