Aquecendo invernos e corações




O inverno de São Paulo esse ano ficou um pouco mais quente graças ao trabalho de Cristiane Rodrigues. A voluntária é a responsável pela ação Tricô da Solidariedade, que confeccionou diversos artigos de lã destinados a aquecer idosos e crianças da Entidade Maria Maia.

Com a doação de mais de 50 novelos, além de algumas peças já prontas, Cristiane conseguiu, como conta nesse post, levar mais de 70 peças de roupas e 17 sapatos. Em entrevista ao Portal do Bradesco, a voluntária fala um pouco mais sobre a experiência de criar e participar dessa ação.


1. De onde surgiu a inspiração para esse projeto?

Cristiane: Sempre gostei das artes manuais e a cada dia que se passava comprava lãs e confeccionava novos cachecóis, blusas, mantas, toucas e meias.

O tempo passou, casei, tive uma filha e estes itens, assim como roupas de toda a família começaram a se acumular em casa. Até que um dia, em uma conversa com minha sogra, fui convidada a conhecer a Instituição Maria Maia e vi uma oportunidade de ajudar pessoas que realmente necessitavam. As doações em roupas foram distribuídas às pessoas ajudadas pela Instituição e as peças confeccionadas em tricô e crochê foram para venda no Bazar Beneficente mantido pela própria Instituição cujo dinheiro era revertido em alimentos e outros artigos necessários à manutenção do local. Minha sogra também se interessou e começamos eu e ela a “tricotar e crochetar”. Com o tempo outras senhoras, amigas dela também resolveram participar e assim a corrente do bem começou a crescer…

2. Como avalia a importância do projeto?

Cristiane: Ajudar, da forma que puder é sempre gratificante, por menor que seja a ação. E acalentar de alguma forma um coração aflito é melhor ainda. O retorno de um trabalho voluntário nos afeta de várias formas: no campo profissional, pois nos dá a chance de conhecer outras pessoas com o mesmo ideal e, como num quebra-cabeça, aumentar esta corrente; no campo pessoal, pois um voluntário não doa somente tempo ou generosidade mas sim uma vontade de ajudar, dividir alegrias, aliviar tristezas, enfim melhorar de alguma forma a qualidade de vida de todos; e social, pois ajudando aos demais recebemos muito mais em troca do podemos imaginar.

3. Como foi a entrega das peças produzidas e qual foi a reação dos idosos que as receberam?

Cristiane: Não saberia descrever em palavras o que é estar lá entre eles e saber que de alguma maneira pude ajuda-los. No geral, são pessoas carentes de carinho, amor, confiança e afeto. Toda visita seja ela para entrega de doações ou somente para “conversas” é muito bem vinda e esperada. Todos se alegram e querem de alguma forma interagir com os “visitantes”. De fato, é indescritível, só estando lá…

4. Qual a maior lição aprendida pelo grupo de voluntários após desenvolverem a ação?

Cristiane: Dever cumprido, coração aquecido e acima de tudo a sensação de que podemos sim nos tornar seres humanos cada vez melhores…