Pensando pelo desenho: como aplicar o Design Thinking na sua ação voluntária

Voluntário, isto já aconteceu com você? Às vezes, de tanto querer ajudar, vamos com muita sede ao pote, economizamos na organização e investimos tudo na disposição, sem entender direito a necessidade da ONG ou da comunidade que escolhemos como alvo. O resultado, então, apesar de legal, nem sempre é tudo aquilo que poderia ser...

Pois é, se empolgar é ótimo (e necessário), mas precisamos também refletir sobre o que estamos fazendo e organizar as atividades para tirar delas o melhor possível de nossa energia. Uma boa maneira de fazer isso é utilizando a metodologia Design Thinking. O termo em inglês significa algo como “pensando pelo desenho” e vem sendo aplicado por grandes empresas e universidades mundo afora para tornar seus projetos mais eficientes.

Legal, mas como funciona?    O método consiste basicamente em quatro etapas — exploração, entendimento, ideação, experimentação — mas, por trás delas, está sempre a ideia de empatia. Ou seja, de entender o desejo do outro, de atender a uma demanda dele e não de nós mesmos. Há também o conceito de retorno, que pressupõe sempre voltar a uma etapa anterior caso necessário.

O primeiro passo, no entanto, é escolher o desafio: trabalhar com uma ONG próxima, mas para quê? O que de fato eles precisam? Bens materiais? Ajuda para organizar as contas? Aqui começa o trabalho.

Vamos às etapas:

1. Explore

Nessa primeira etapa o objetivo é entender o que o parceiro precisa, o que de fato é importante para ele, se colocando no lugar do outro e, a partir daí, buscar soluções. Procure saber o que já foi feito, levante dados sobre a questão e, com isto em mente...

 - Realize entrevistas; 

 - Tente ir além do que as pessoas falam;

 - Anote tudo o que achar relevante;

 - Tire fotos;

 - Fale com mais pessoas.


2. Entenda

Com todo esse material na mão, é hora de analisar e entender o que está acontecendo. Pegue todos os dados e coloque na mesa para discussão. Uma boa ideia é colar post-its em uma mesa ou parede para visualizar melhor as sugestões e, na sequência, novamente questionar:


  • O que te chamou a atenção? Por quê?

  • Quais seriam os sentimentos e impressões que uma pessoa teria quando se fala naquela organização?


Uma iniciativa legal para isso é elaborar um “mapa de empatia”, um quadro que registra o que o parceiro diz, pensa, faz e sente. Veja o exemplo abaixo:

Com estas respostas, se constrói uma “persona”. Ou seja, um personagem fictício que traz as principais características das pessoas envolvidas com o problema. A persona, vale lembrar, pode ser uma empresa, ONG, abrigo... O que vale é entender a fundo os sentimentos.

E esse sentimento, como podemos aliviá-lo ou aumentá-lo? A tentativa de obter respostas pode levar à necessidade de mais dados e ver novas questões serem levantadas. Não tem problema, a ideia é justamente é esta. Se for necessário, volte à primeira etapa. O design thinking é mesmo uma ida e volta constante.


3. Tenha Ideias

Em algum momento, porém, é preciso começar a gerar ideias de ações voluntárias. A partir das perguntas feitas (como podemos...?), sugerem-se soluções. Há diversas formas de fazer isto. Uma delas é o brainwriting. Nela, cada um escreve uma sugestão de ação em um post-it e o cola na parede, para que todos possam ler. A partir daí, cortam-se algumas, juntam-se outras e assim por diante.

Outra possibilidade é o brainstorming, a tempestade de ideias. Ela consiste em uma conversa animada em que cada integrante sugere o que vem à cabeça, sem pensar muito. Cada ideia é anotada e depois analisada por todos. É momento de respeito entre os participantes, para que nada de se perca.

Lembre-se: a viabilidade das ideias é fundamental!

Escolhas feitas, damos mais um passo.


4. Experimente

É hora de tirar as ideias do papel. Antes de colocá-las em prática, porém, seria legal fazer um protótipo, uma amostra de como a ação funcionaria. Sejam criativos: tentem desenhar os passos da ação; se for construir algo, elaborar uma maquete e assim por diante.



Novamente, submeta o resultado ao grupo, veja se ele funciona bem e se algo pode ser melhorado antes de realizar a ação.

A ideia do design thinking é mesmo sempre questionar e melhorar até tudo ser implementado.

Dê uma olhada e volte para contar o que achou!

Ah, você já utiliza a metodologia em suas atividades? Conte como fez e quais foram os resultados. Vai ser ótimo pensarmos juntos!

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Referência:

http://fundacaotelefonica.org.br/acervo/design-thinking-projetos-sociais/